Por Serge Thion
Não
existem muitos lugares neste planeta nos quais um grupo de
académicos originários de vários países possam falar abertamente
acerca do sionismo. Durban, há quatro anos, foi um desses
locais, mas a reunião não era académica. Alguns dos nossos
amigos revisionistas tentaram organizar em Beirute, há alguns
anos, uma conferência sobre “Revisionismo e Sionismo”, mas a
pedido do Estado israelita os EUA pressionaram o governo libanês
e ameaçaram cancelar um empréstimo de quinze milhões de dólares.
A conferência acabou por não decorrer. Portanto, agradecemos a
oportunidade para nos encontrarmos e conversarmos e exprimimos a
nossa gratidão aos organizadores.
O movimento do revisionismo do Holocausto certamente que vos é bem familiar. Mas temos tido pouco sucesso em aumentar o interesse no mesmo nos territórios que faziam parte da antiga União Soviética. Em muitas conversas com pessoas desses territórios, obtemos sempre mais ou menos a mesma resposta: “Os judeus estão a mentir? Não é uma grande novidade. Sempre soubemos isso.” Cremos que esta não é a resposta adequada. É mais complicado que isso.
O estudo revisionista do Holocausto dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial começaram pouco depois do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, que terminou em 1946. As transcrições foram editadas muito brevemente após o julgamento, apesar de não o terem sido em russo como supostamente deviam ter sido. Vários observadores, de várias persuasões políticas, começaram a ler atentamente as transcrições e os documentos, ao todo quarenta e dois volumes, com uma mentalidade crítica. Encontraram muitas discrepâncias e impossibilidades. Desde o início, por exemplo, o massacre de Katyn foi consistentemente atribuído aos alemães. Os testemunhos eram vagos, ou contraditórios, e normalmente difíceis de acreditar. Estes observadores começaram a escrever e as suas obras foram etiquetadas de “revisionistas”. Naturalmente, criticar a versão oficial da “vitória” dos Aliados era politicamente proibido. Estes autores, o mais proeminente deles tendo sido o francês Paul Rassinier, encontraram, todos eles, longas perseguições, pesadas multas, e interdição dos seus livros e difamação política. A história é demasiado longa para ser exposta aqui.
No início, a explicação de Nuremberg do nazismo e da Segunda Guerra Mundial foi um compromisso entre os EUA, o Reino Unido e a URSS. Cada um dos aliados introduziu a sua própria dose de propaganda. Os soviéticos estabeleceram um enorme sistema de propaganda, levado a cabo maioritariamente por judeus soviéticos, tais como Il’ia Ehrenburg e Vasilij Grossman entre outros. Os britânicos possuíam uma unidade própria concebida para inventar histórias de guerra que retractavam os alemães como bárbaros vampirescos. Comparada a estes gigantes, a propaganda nazi era simplista e ineficiente.
Em Nuremberg, confrontados com as histórias da guerra conduzidas pelos secretariados de propaganda Aliados, os oficiais nazis tinham um ar desorientado, chocado e de descrença. Mas, não tendo acesso à massa de documentos alemães utilizados pelos advogados de acusação Aliados, frequentemente judeus alemães que haviam emigrado para os EUA, os oficiais nazis, ou pelo menos a maioria, desistiram de apresentar qualquer resistência, não contestaram os proclamados documentos, fotografias e filmes que lhes mostraram. Mantiveram-se em silêncio e silenciosamente foram afastados.
Portanto, nos quinze anos que se seguiram após a guerra, a luta revisionista foi dirigida contra a versão oficial dos Aliados sobre o que tinha acontecido durante a guerra. Depois surgiu um novo factor. O primeiro ministro israelita Bem Gourion estava um tanto ou quanto céptico sobre as probabilidades de sobrevivência do Estado judeu, estabelecido em circunstâncias afortunadas em 1948. Mas será que a sorte se manteria à media que as contrariedades se amontoavam? Bem Gourion ordenou o rapto de Eichmann da Argentina e trouxe-o para Israel para um enorme julgamento espectáculo, uma espécie de Nuremberg mas ao serviço exclusivo da ideologia sionista. Os mesmos documentos cuidadosamente seleccionados e os mesmos testemunhos vagos foram produzidos em tribunal, à frente da comunicação social mundial. A arma suprema para a sobrevivência de Israel foi forjada ali, em 1961: a culpa foi atribuída a todos as pessoas, Estados e organizações que não eram judias. Todas elas tinham que pagar indemnizações e retribuições, eternamente, até ao fim dos tempos.
Como resultado, a luta revisionista foi submetida a uma alteração na sua natureza: o seu maior adversário tornou-se o sistema sionista e na sua enorme rede de organizações. Além disso, os sionistas não tinham outra alternativa: nada esperavam da benevolência da opinião ocidental e haviam perdido o apoio do Bloco do Leste. Estavam inclinados em adquirir algum tipo de dominação mundial apenas para garantir a existência do aparato estatal sionista, rejeitado por todos no Médio Oriente. Armados com a arma do complexo de culpa, começaram a impor-se a toda a resistência e a impor o silêncio aos seus críticos. Possuíam uma ampla influência na imprensa; lentamente conquistaram posições de controlo nos sistemas políticos ocidentais, principalmente no interior da estrutura de poder dos EUA.
O revisionistas do Holocausto, uma mera mão cheia de indivíduos, nunca formaram um grupo ou uma organização. Nunca tiveram qualquer poder, nem qualquer dinheiro, nem ligações, mas obtiveram sucesso apenas com o peso do seu trabalho de incursões sérias e de penetração no sistema de defesa sionista, criando estragos na opinião pública. Demonstrando que o alegado Holocausto era no invés um “custo sagrado” ameaçava a base política na qual o sionismo operava. Na Europa, os lobbies tiveram sucesso na obtenção de novas leis que reduziam severamente a liberdade da imprensa.
As duas principais armas utilizados pelos sionistas foram a demonização através da comunicação social e longos e cansativos julgamentos. A liberdade de expressão do revisionismo foi salva por mera oportunidade, graças ao desenvolvimento da internet. Tão cedo quanto em 1995 – há dez anos – foi estabelecida uma página revisionista nos EUA, a CODOH por Bradley Smith. Em 1996, foram criados ao mesmo tempo o Zundelsite e a AAARGH, a última maioritariamente em língua francesa. Seguiram-se outras. Foi um desenvolvimento fantástico. Até agora, a literatura revisionista era difícil de encontrar, editada por pequenos grupos em países distantes, normalmente como uma actividade secundária. Pela primeira vez, os textos básicos e as demonstrações escritas pelos pesquisadores revisionistas podiam ser vistas e lidas por milhões de leitores em todo o mundo.
O sionismo começou a uivar. A sua única resposta foi catalogar todos os esforços revisionistas como anti-semitas, de extrema direita ou de branqueamento de Hitler. Esta barragem de propaganda tem sido particularmente ineficiente.
Foi iniciada uma nova guerra. Entranhando-se no sistema político dos Estados nacionais, as organizações sionistas tentaram obter leis que protegessem a identidade sacrossanta do chamado Holocausto. Em 2000, o governo israelita enviou uma toda poderosa comissão a todos os governos ocidentais a pedir-lhes novas medidas para aniquilar o revisionismo, descrito pelos israelitas como a pior ameaça à sua existência. Como resultado, foi levada a cabo uma ampla conferência governamental em Estocolmo, na qual todos os principais governos, do ocidente e do leste, se comprometeram a reprimir o revisionismo e a promover o chamado Holocausto como o deus supremo dos tempos modernos.
Foi algo divertido e até ridículo pensar que todas as pessoas mais poderosas do nosso tempo foram reunidas para denunciar em termos líricos o doloroso trabalho de pessoas originárias de vários países e dos mais variados pontos de vista políticos. Nós, a mão cheia, conscientes de termos feito o nosso trabalho, esperamos pela chegada da vaga repressiva. Ela chegou.
Nos EUA, na Alemanha, na Suíça, na Suécia, na França, grandes operações policiais foram montadas para travar a circulação das ideias revisionistas. Muitas pessoas foram atiradas para a cadeia, às vezes durante anos. Julgamentos e perseguições seguiram-se sem esbater. Pessoas foram afastadas dos seus empregos.
Entretanto, graças aos esforços de um pequeno número de pessoas, o revisionismo foi apresentado ao Médio Oriente. Alastrou como um fogo numa pradaria. O ex filósofo comunista, em tempos amigo de Estaline, Roger Garaudy, agora convertido ao Islão, foi pesadamente multado em Paris devido a um livro seu que continha argumentos revisionistas. Este livro foi imediatamente traduzido para árabe e editado em muitos sítios. Abriu a porta à compreensão dos argumentos revisionistas. Actualmente a maior parte da comunicação social do mundo islâmico emprega um ponto de vista revisionista. Isto pode ser facilmente confirmado nas traduções providenciadas pelo secretariado militar israelita que dá pelo nome de “Memri”. Isto explica porque é que os humores andam tão entristecidos em Israel.
Mas, no que diz respeito aos países que já foram parte da União Soviética, a situação pode ser descrita como de passivamente benigna. As organizações sionistas locais na Rússia, na Ucrânia e na Roménia têm obtido novas leis que punem o “incitamento ao ódio racial”, um nome de código para tudo aquilo que desagrada à embaixada de Israel ou às organizações judias locais, fortemente financiadas pelas organizações judias dos EUA. E, naturalmente, querem que acreditemos que o revisionismo – um ponto de vista crítico sobre alguns acontecimentos históricos – tenha algo a ver com raça.
Existem alguns textos importantes. Foram editados e estão
visíveis na internet, nas línguas da antiga União Soviética.
Isto certamente não é amplo o suficiente para providenciar uma
completa compreensão do nosso elaborado trabalho.
Kiev, 3 de Junho, 2005